A agressão russa à Ucrânia lança a Europa numa nova guerra fria
A invasão da Ucrânia e uma realidade, esperada por alguns e um completa surpresa para outros as tropas de Putin fazem um ataque à Ucrânia com objetivo de derrubar o actual governo e trazer aquele pais para a esfera da influencia do Kremlin.
Motivações de Putin
As motivações para o gesto de Putin não são tão obvias quanto se possa pensar, a invasão por si mesmo é um risco e neste momento o povo russo esta a sofrer as sanções económicas, da isolamento internacional e não menos grave da perdas humanas e custos desta invasão.
E não existe muito na Ucrânia que Putin possa querer para alem do valor geoestratégico, e uma terra rica em cereais e pouco mais, mas em termos geográficos permite a Rússia fazer uma zona tampão no Sul da Europa em relação aos países da Nato, a que se junta a Bielorrússia ao Norte. Outro aspecto e que na Ucrânia passam quase todos os pipelines de gaz que servem a Europa.


A resposta da Europa
Os Europeus fizeram um momento de espera na espectativa da invasão se tornar um facto consumado e irreversível, tal como aconteceu na Geórgia ou na Crimeia, mas a resistência dos ucranianos obrigou os europeus a tomar a iniciativa e responder com sanções e medidas de apoio à Ucrânia num raro gesto de unamidade e de firmeza pela UE, que apanharam os EUA desprevenidos.
As sanções são pesadas para a Rússia mas também vão ser sentidas pelos europeus, que estão dependentes do gas russo, mas também de outras matérias primas e cereais.

Cultura de cancelamento
Para alem das sanções oficiais que visaram bancos, empresas e indivíduos ligados ao Kremlin também muitas empresas privadas resolveram fechar actividade na Rússia, nomes como a Boing, Mastercard, Visa, MacDonalds.
Mas também sites e redes sociais como Twitter, Spotify, Netflix, PornoHub, OnlyFans deixaram de operar na Rússia, parem alem de actos de solidariedade questionáveis como expulsar a delegação russa dos jogos para-olímpicos, cancelar Dostoievski numa universidade de Milan ou proibir gatos siberianos em competição.
De facto parece que a estamos perante (mais) uma onda psicótica de massas, de querer retirar tudo o que russo do mundo ocidental, uma cultura de cancelamento promovida pelos media.

Plano Nacional
No plano nacional António Costa vai ter que gerir um pais num cenário de um crise a vários níveis: económica, financeira, energética e ambiental mas as crises normalmente favorecerem os partidos do centro.
Na resposta á invasão da Ucrânia passamos de um país que queria colocar linhas vermelhas ao Chega para um país as avessas com os vermelhos PCP e BE.
O primeiro pelo seu apoio declarado a Rússia apesar de Putin ser tudo menos comunista o segundo pelo zigue-zague politico que alternava entre o odio a Nato e uma demonstração tímida de solidariedade aos ucranianos.
O Chega foi mais inteligente e encarregou-se de repudiar de imediato as ações de Putin e organizar uma manifestarão pela Ucrânia e salvou-se assim do julgamento mediático a que a estrema esquerda foi sujeita.
Mas se o partido de André Ventura expressa bem o seu apoio a Nato e aos valores ocidentais, a nova direita terá dificuldade em fazer distinguir as suas raízes conservadoras e visão antiprogressista e anti-establishment daquilo que é visão conservadora e nacionalista de Putin.
Putin trouxe os fantasmas da guerra fria mas com uma certa nuance, não estamos perante o original Comunismo vs Capitalismo, mas uma coisa e certa Putin tornou-se num activo toxico e quem se juntar a ele será cancelado por meio desta nova sociedade Woke.
