Boris Johnson liquidou o Partido Trabalhista e agora Trump prepara-se para fazer o mesmo ao Partido Democrata.
As semelhanças entre as próximas eleições de Novembro para a Casa Branca e as eleições no UK de 2019 são demasiado grandes para serem ignoradas, nas ultimas Boris Johnson o “demagogo” e “populista” como a imprensa lhe gosta de chamar cilindrou o socialista Jeremy Corbyn numa vitoria histórica para os conservadores.

Tal como Trump, Boris recolhia a maioria das criticas da comunicação social pro-europeia e a Corbyn era dado um cartão de livre passe perante as suas falhas, os média pintaram uma realidade alternativa como aquela que se observa hoje nos principais jornais norte-americanos relativo a Trump/Biden.

Qualquer pessoa que consultasse o Twitter em Outubro de 2019 ficaria convencido que Corbyn tinha uma maioria absoluta garantida. Hoje quem ver a CNN ou ler um jornal como Publico tem poucas duvidas sobre uma vitoria de Biden.
Pasquim Publico
O pesadelo americano
A convenção republicana tem sido palco para o expor pornográfico da mentira, da distorção e do engano.
Vejam-se os tumultos que levaram milhares à rua nos últimos tempos por causa da questão racial e que não conseguem obter uma palavra de compreensão do presidente norte-americano. Para ele, estes americanos são o inimigo e o contra manifestante que matou duas pessoas munido de metralhadora deverá ser porventura, como defendeu um dos seus mais acérrimos defensores, objecto de compreensão.
Que interessa que ainda ontem o jornal The Guardian tenha publicado um estudo que mostra que os “antifa” sejam responsáveis por zero mortes nos últimos 25 anos e, no mesmo período, a extrema-direita tenha provocado 329 vítimas. Para Trump os primeiros é que são a ameaça “fascista”
-David Pontes
https://www.publico.pt/2020/08/28/opiniao/editorial/pesadelo-americano-1929521
Pasquim DN
O fator racial e as eleições americanas
A confirmá-lo, o atual presidente fez saber, expressamente, que irá utilizar a cartada da “law & order” (lei e ordem), tal como fez Richard Nixon nos anos 60, na sequência das grandes manifestações pelos direitos cívicos, tendo acabado por ser eleito. Quando as atuais manifestações antirracistas eclodiram, vários observadores previram a repetição desse cenário. Outros, porém – entre os quais me incluo -, consideram que o contexto, hoje, é significativamente diferente, pelo que o atual clima pode gerar um decisivo voto a favor de Joe Biden no próximo mês de novembro.
A verdade é que os brancos conservadores, principal, para não dizer (quase) exclusiva, base eleitoral de Donald Trump, já não são a maioria da população.
DN João Melo
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/29-ago-2020/o-fator-racial-e-as-eleicoes-americanas-12562560.html?target=conteudo_fechado
Na verdade os protestos pacíficos favorecem o Partido Democrata e o partido foi muito expedito a embarcar no movimento Black Lives Matter e apoiar o seus protestos, mesmo quando estes eram todos menos pacíficos, preferiram ignorar e por as culpas no Trump, ou mais do mesmo.


Pior do que isso, esta onda da vandalismo apenas tem prejudicado as comunidades minoritárias e mais pobres, esses mesmo que os democratas juram estar a defender.
Um artigo de Michael Tracey retrata bem essa realidade das minorias que estão a ser destruirias por grupos de vândalos a gritar “Black Lives Matter”
Two months since the riots, and still no “National Conversation”


Mas ainda hoje muito democratas continuam a apoiar os protestos e não se vê no horizonte qualquer distanciamento em relação ao movimento Black Lives Matters, quando este é um movimento extremista e radical.
O mesmo acontece com os media em que um cadeia publica de radio (NPR) publicou um artigo sobre um autor que apoia de defende as pilhagens.

Writer Vicky Osterweil’s book, In Defense of Looting, came out on Tuesday. When she finished it, back in April, she wrote (rather presciently) that “a new energy of resistance is building across the country.” Now, as protests and riots continue to grip cities, she argues that looting is a powerful tool to bring about real, lasting change in society. The rioters who smash windows and take items from stores, she says, are engaging in a powerful tactic that questions the justice of “law and order,” and the distribution of property and wealth in an unequal society.
https://www.nprillinois.org/post/one-authors-argument-defense-looting#stream/0
Esta é a ultima estação antes da revolução cultural marxista.
Por outro lado, a candidatura de Trump ganhou um novo ímpeto, reduziu a desvantagem em quase todas as sondagens e ironicamente parece estar a ganhar terreno na comunidade negra.
Michael Moore o famoso realizador progressista que em 2016 previu a vitoria de Trump já deixou o aviso, “Preparem-se Trump vais vos f..”
“Are you ready for a Trump victory? Are you mentally prepared to be outsmarted by Trump again? Do you find comfort in your certainty that there is no way Trump can win? Are you content with the trust you’ve placed in the DNC [Democratic National Committee] to pull this off?”
Michael Moore warns of 2016 repeat: Enthusiasm for Trump ‘OFF THE CHARTS‘
Conclusão
Tal como no UK e no resto da Europa, a esquerda do centro que suporta o establishment não tem um plano, não tem um programa a não ser querer sobreviver a todo o custo.
Com isto deixam-se contaminar por ideologias extremistas e radicais, que promovem uma cultura de censura, intimidação e segregação racial , tudo aquilo de que acusam Trump e os Republicanos de estarem a fazer.
Trump trouxe o conceito de “realidade alternativa” de volta para a ribalta e os média tornam esse conceito em algo real, não existe verdade, apenas uma interpretação subjectiva.
Esta é uma cisão que vai ser mais dolorosa e longa do que qualquer reinado de Trump, a civilização ocidental esta em guerra com ela própria.