O caso Tara Reade passou despercebido nos jornais, e os poucos outlets que o reportaram o caso fizeram-no assumindo a defesa de Joe Biden mas esta semana este caso conheceu novos contornos.
Biden é conhecido pelo seu comportamento menos próprio com as mulheres, um facto confirmado e reconhecido pelo mesmo.
Joe Biden has pledged to be “more mindful” about physical contact with women, hoping to draw a line under a controversy that has clouded his expected White House bid.
https://www.bbc.com/news/world-us-canada-47806148
Esta conduta menos própria vem dos seus tempos de senador, em que o seu staff relata episódios menos confortáveis:
[..] seven women who accused Biden of kissing, hugging, or touching them in ways that had made them feel uncomfortable.
Com Biden na corrida presidencial não seria estranho ver uma acusação desta natureza nos tribunais como forma de jogo politico, mas o caso de Tara Reade tem a novidade de ser uma acusação de agressão sexual, vulgo violação.
Tara Reade é uma antiga assistente de Biden do seu tempo de governador, entre 1992 e 1993, numa entrevista em Abril de 2019 alegou que Biden a tinha tocado de forma inapropriada, algo de que Biden também foi acusado por outras mulheres como Lucy Flores [1].
Todavia, numa entrevista a um podcast de Katie Halper, Reade descreveu o que teria sido uma agressão sexual por parte do ex senador.
Reade alleged that Biden had pushed her against a wall and penetrated her with his fingers in a Capitol Hill office building in 1993
No dia 9 de Abril de 2020, Tara Reade registou uma queixa contra Biden por violação no Washington Metropolitan Police Department.
O assunto passou mais ou menos despercebido nos media ate que o New York Times lhe dedicou um artigo, que consistia mais numa vigorada defesa de Biden do que um artigo de investigação. Algo que alguns reportaram como sendo um artigo pago pelos democratas.
Provavelmente o caso ficaria por aqui, em abono na verdade não existe muito que possa servir de bases para uma acusação sólida, para alem do relato de um episódio com 30 anos, algo que servia para condenar uma pessoa como Brett Kavanaugh mas nunca Joe Biden.
Mas surgiram novos factos, Reade relatou aos media que a sua mãe tinha telefonado para um show da CNN com Larry King, sobre anonimato e pedindo conselhos sobre os alegados problemas da filha com um conhecido senador, e essas filmagens apareceram e confirmam esse telefonema [2]
O telefonema não faz qualquer menção a um caso de assedio ou suporta as alegações de Tara Reade, mas vem desfazer que a relação entre Biden e as sua assistentes seria tudo menos clara e que o caso merece uma investigação mais aprofundada, a fazer lembrar os episódios lamentáveis de Bill Clinton na sala oval.
Sem novas provas dificilmente este caso irá a julgamento, mas será utilizado como uma arma de arremesso contra Biden, caso este chegue a corrida eleitoral.
O vírus da China pode não ter acabado com a globalização mas foi o prego final no caixão.
Muitos vêem Trump como uma força reaccionária ao processo de unificação económica e liberalização chamado de globalização, porém, o presidente norte-americano o resultado do esgotamento e contração desse processo.
Trump ganhou as eleições in-extremis com os votos dos estados da cintura industrial norte-americana, os trabalhadores da classe média que viram as suas empresas fecharem e que mais sentem os efeitos da globalização, especialmente com a perda de competitividade em relação aos mercados da Ásia, e que ao contrario das grandes multinacionais não têm um beneficio directo provenientes liberalismo económico global.
São os mesmo que votaram no Brexit, ou que deram a maioria absoluta a Boris nas ultimas eleições e aqueles que vestiram os coletes amarelos na França e desafiaram Macron.
A eleição de Trump não foi uma interrupção na evolução desde processo de globalização, foi a sua suspensão, as politicas proteccionistas e a guerra económica vão ser o novo normal, Obama e Biden pertencem aos livros de historia.
A globalização acabou, viva a globalização
O modelo económico corrente é insustentável, a insistência no comercio livre e sem regras e banalização do movimento de pessoas trazem riscos, riscos que se tornaram em desgraça para as economias mundiais.
A China foi a fabrica ou o fornecedor de mão de obra das economia ocidentais nas ultimas décadas e graças a isso teve um crescimento económico exponencial e ultrapassou a UE como segunda maior economia do mundo, rivalizando com os EUA pelo pódio.
Este modelo económico, globalista e consumista, coloca a China na base da cadeia logística, esta e que abastecendo todas as outras economias, ao mesmo tempo que as economias ocidentais basearam a sua economia no consumo, nos serviços e investigação e inovação. A ofertas de bens e serviços das economias emergente a menor custos permitiram as economias dos EUA e EU expandir a sector financeiro e tecnológico, mas os outros sectores ressentiram-se.
Hoje em dia e quase impossível encontrar um produto que não seja fabricado na China, e que pode ser um grande risco porque se a capacidade industrial Chinesa falhar, todo as outras economias ficam vulneráveis.
E isto foi isto precisamente que aconteceu em Março, houve uma queda de produção na China e os outros países não conseguiram satisfazer a procura interna por materiais de protecção. Muitas nações viram-se no desespero, atirando dinheiro a fornecedores chineses para comprar ventiladores para salvar vidas, não os tinham porque deixaram de os produzir ou por falta de matéria prima. Mesmo para o mais acérrimo dos neo-liberais terá sentido um nó do estômago ao ver co-cidadões morrer porque as fabricas que deveriam estar a fabricar esses equipamentos foram deslocadas para a China
O crescimento económico da China também lhe deu um poder sem precedentes e o regime de Pequim procurou aumentar a sua influencia politica, de forma discreta, nos continentes Africano, Americano Latina e mesmo na Europa, aonde o investimento chineses em empresas portugueses não e de todo acidental.
A China transformou-se de parceiro a rival, e compete de igual para igual para com os EUA e UE, quer no plano economico quer no plano politico
E mais do que isso, a China provou que consegue manipular a economia mundial através do estrangulamento da sua cadeia logística.
Controlo de fronteiras
A presente crise pôs a nu necessidade de um controlo efectivo de fronteiras, ou melhor, de haver a capacidade de adequar o nível desse controlo face as circunstâncias.
O turismo e o comercio internacional vivem das deslocação de pessoas, algo deveras incentivado pelos preços muito competitivos das transportadoras areias e pela simplificação ou mesmo supressão dos processos de obtenção de vistos. Porém o movimento de pessoas também tem riscos associados, e muitos países se deixaram levar pelos benefícios e pouco pensaram nos riscos e nas formas de os contornar.
A UE com o seu espaço Schengen e um bom exemplo, a crise do terrorismo e o problema da imigração, vulgo refugiados, já tinha mostrado muitas das falhas da gestão de espaço comum de livre circulação de bens e pessoas e a necessidade de ter uma politica de segurança e controlo de fronteiras comum.
Nesta crise a incapacidade e arrogância da UE em deixar cair a livre circulação em prol de um controlo sanitário das fronteiras, fez que os países da UE tomassem a decisão radical de suspender e inutilizar esse acordo, entre uma torneira completamente aberta e um torneira fechada os estados europeus escolheram a torneira fechada.
Mas a um nível global, para haver uma circulação mais livre de pessoas e bens são necessárias mediadas de prevenção e contenção que evitem uma nova catástrofe, mas para isso e preciso que todos os países estejam na mesma pagina, e sejam transparentes nas suas politicas.
Continua…
(o autor escreve com num teclado inglês e utiliza um corrector ortográfico muito manhoso)
A decisão de Trump de suspender o financiamento a OMS/WHO pode ser precipitada mas existem razões mais que suficientes para investigar as acções dessa agência.
Os números da China
Ate a o momento o governo Chinês reportou 82.296 casos de infecção por Covid19 e 3.343 mortos um numero que se estima completamente desproporcional à realidade e enganador sobre a perigosidade do vírus.
A OMS ainda não questionou estes números.
Transmissão do vírus entre humanos
Apenas no dia 24 de Janeiro a OMS reconheceu que o virus se transmitia entre humanos [1]
Quando alegadamente tear sido avisada por Taiwan 25 dias antes, no dia 31 de Dezembro para esse facto. [2]
Fecho de Fronteiras
A OMS foi verbalmente contra qualquer restrição ao movimentos de pessoas e comercio, apesar de a maioria dos casos de infecção da Europa e nos EUA terem tido origem em passageiros que viajaram de Whuan.
Apesar de estarmos a lidar com um vírus altamente contagiosos que obrigou todo o mundo a entrar de quarentena a OMS continua a desconselhou restrinções ao movimento de pessoas poeque seriam pouco eficazes.
WHO continues to advise against the application of travel or trade restrictions to countries experiencing COVID-19 outbreaks.
Travel measures that significantly interfere with international traffic may only be justified at the beginning of an outbreak, as they may allow countries to gain time, even if only a few days, to rapidly implement effective preparedness measure
A OMS exorta os governos a seguir o exemplo da China no combate a pandemia [3], mas nunca foi critica pelo governo chinês ter ocultado a pandemia e inclusive ter silenciado médicos que se atreveram a expor a pandemia [4]
Inexplicavelmente , a OMS apoia a reabertura dos “web markets” depois destes terem sido temporariamente suspensos pela China [5]
China recently declared victory in its fight against the coronavirus and has reopened its wet food markets that sell produce, seafood, and meats, including live animals more exotic fare—to the U.S. palate—like bats, dogs, and cats. No new or additional sanitation or operating changes have been announced.
A mensagem foi partilhada por Trump este domingo, dizendo que tal constatação era falsa uma vez que tinha banido a China muito antes de ser aconselhado a fazê-lo
JN
Na minha perspectiva Trump defende Fucci de falsas alegações e o JN acaba por se contradizer a meio da noticia.
Na cidade mais afectada pela pandemia, Nova Iorque, a gestão do Mayor Bill de Blasio e do seu staff não foi nada menos do que catastrófica.
Em Nova Iorque, talvez a cidade mais importante do pais, e que devido a ao seu carácter cosmopolita se suponha estar mais preparada para lidar com surto começa um estranho teatro de incompetência e inoperância que criaram o cenário dantesco que hoje se observa nessa cidade
Eis uma cronologia dos acontecimentos:
No dia 2 de Fevereiro a Comissaria da saúde, Oxiris Barbot, sugere aos nova-iorquinos para manter os seus hábitos sociais e inclusive convida estes a assistir a parada do novo ano chinês.[1]
No dia 7 de Fevereiro, Oxiris, reitera que os riscos são mínimos. [1]
“And so we know that this virus can be transmitted from one individual to another, but that it’s typically people who live together,” she said during the interview. “That there’s no risk at this point in time—we’re always learning more—about having it be transmitted in casual contact, right?”
10 de Fevereiro, Bill de Blasio, alinha com Oxiris, e diz que os nova-iorquinas com mais de 50 anos não tem nada a temer [1]
If you’re under 50 & you’re healthy, which is most NYers, there’s very little threat here. This disease, even if you were to get it, basically acts like a common cold or flu. And transmission is not that easy
Marco 2, Bill de Blasio, num tweet surreal, apela a que as pessoas devem ignorar o vírus e seguir com a sua vida normal e ate sugere um filme no cinema [2].
Março 7, o governador Andrew Cuomo declara estado de emergência no estado de Nova Iorque [3].